domingo, 18 de outubro de 2009

O nunca mais da distância

Nascemos para o nunca mais
Lugar da ausência, onde cada minuto
guarda a morte, a distância, a solidão acompanhada
Mundo de fé e fome, desrazão e fatiga
Quem somos, já não somos mais...
Do amigo ao algoz, da verdade para o fragmento
Da vontade para a indecisão, da ciência para a vaidade
Assim caminha a vida: como a folha
Que voa solta para ser pisada
Nunca mais: palavra certa para uma realidade incerta

Ter alguém é estar só, possuir é faltar
Encontrar é perder, viver é...
A força que impulsiona é a mesma que mata
Do olhar nasce a esperança e o impulso da maldade
No outro, vejo o mundo e nunca mais

Nascemos para o nunca mais,
A última vez de cada momento.
O eterno segundo passageiro,
O que nos resta?
Viver, sonhar, acreditar: nunca mais?
Hudson Barros

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