terça-feira, 22 de dezembro de 2009



A mulher de dois tempos

Quando ela ainda sabia subir nas árvores
Quando ela achava divertido sorrir sem saber por que
Tudo fugia no horizonte e a imagem era apenas doce
Não importava a dor ou o cansaço
Era tempo de subir nos troncos, nas colinas,
Desejar o céu e saber sonhar
Quando todos eram sérios, ela sabia sorrir
Cada gesto era somente gesto
Cada palavra abria mundos novos

Mas todo tempo tem seu tempo
As árvores não existem mais para subir
As colinas longe estão, só o distante verde sem tocar
A imagem se perdeu no ocupado pensamento
Ela agora tem um nome!
O céu está bem longe, bem distante!
Ela agora é séria, nem se lembra de sorrir
Em cada gesto, uma responsabilidade
A palavra que era mundo... mais imunda

Mas essa mulher de dois tempos
Não desaprendeu a viver
Ela sabe que no alto da árvore
Os sonhos ainda existem
E mesmo quando tudo está afastado
E mesmo quando aquele tempo se desfaz
A vida faz crescer uma árvore no
Coração da mulher de dois tempos

Huddie

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