terça-feira, 7 de junho de 2011

Sonhos_ sufixados


Cruelmente

Os sonhos que me navegaram

Aportam em terra tola

Cresci inundado por imagens

De um certo sempre ausente


Somente

desejava o que só um eu percebia

impelido sempre, esperançoso sempre

até a vigência vil do sorriso descaso

Mente

Quantos possíveis esta mente sofreu e sofre

Ela mente ao dizer minha verdade

Ela diz ao sofrer minha mentira


Premente

Eu fujo das grandes esperanças

corro desesperado em direção ao real

desesperadamente eu nego o diabólico sonho


Temente

Deserdo a imagem que semeia a dor

Abandono o desejo nocivo ao corpo

Em terra tola escolho a estrada capaz

aquela estrada asfaltada com lágrimas – hoje adultas –

de sonhos dissolvidos no salgado mar de sonhos


Hudson

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