CONJUGAÇÕES PRONOMINAIS
Eu, em pedaços rudes de solidão presente, em doce ternura disfarçada,
atento, mas ausente, entregue ao império das certezas fúteis.
Tu, que andas apressado, para quem conjugo o verbo vida, para quem suplico
a luz de outro olhar, a luz que olha o outro par.
Ele, sempre tempo vacilante; ela,
mais apressada, tola exaltante. Caminho de doces tristezas, trilha pouca de
incessantes vilezas.
Nós, imersos na ditadura da sobrevivência, escravos vestidos de
imprescindíveis obrigações, vigiados e vigilantes, integrados e integrantes.
Vós, que chamais o feio belo, vinde rumo ao cerco e anima a alma, ao rumo
incerto que dispensa a cerca e a palma.
Eles, cheios sempre da voraz distância, longe de si e de tudo mais,
ignorantes deste sutil chamado, sempre longe dos pronomes vida os tais.
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