quarta-feira, 1 de outubro de 2014



Pressa


Não consigo esquecer sua pressa de amar
Esse olhar de pedinte tão simples e abusado
Somos dois adolescentes em vestes de adultos
Ansiosos por romper o incontido desejo
Certamente não posso esquecer o seu rosto
E sua geniosa pressa de amar.

Não consigo entender as solitárias horas
Encarar o vazio que aplaude o tédio
Ou vagar na escuridão de sua ausência assim
Dois corpos temerosos pelo nunca mais
Simplesmente almas em busca
Da necessária e ocupada nudez.

Não posso abandonar o ponteiro
De nossas imprescindíveis horas
Ou deixar o abraço de seu vivo perfume
Somos pele, braços, pernas no limite do tempo
Intensamente feitos para resistir ao inconveniente
E inaceitável aceno de adeus.

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