Eu sou essa pessoa a quem o vento chama
Eu sou essa
pessoa a quem o vento chama,
a que não se
recusa a esse final convite,
em máquinas
de adeus, sem tentação de volta.
Todo
horizonte é um vasto sopro de incerteza:
Eu sou essa
pessoa a quem o vento leva:
Já de
horizontes libertada, mas sozinha.
Se a beleza
sonhada é maior que a vivente,
Dizei-me:
não quereis ou não sabeis ser sonho?
Eu sou a
pessoa a quem o vento rasga.
Pelos mundos
do vento em meus cílios guardas
Vão as
medidas que separam os abraços.
Eu sou essa
pessoa a quem o vento ensina:
- Agora és livre, se ainda recordas.
Cecília Meireles
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu amo esse poema!!!
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