terça-feira, 14 de agosto de 2012


O que nos diz o amor

O que nos diz o amor
Apenas meu silêncio pode expressar.
Nem bocas, nem teclas, tampouco o verso.
Na palavra, o amor é sempre tentativa,
No gesto, ele é bem pouco de mim.
Ainda que eu me renda ou suplique
Apenas saberei muitos menos que a metade,
Mesmo que todo o alfabeto se una e grite
seguirei em passos tortos na visão de um improviso.

O que nos diz o amor
habita no rumo da saudade ou na perda consentida,
reside na esquina do enigma com o impossível,
vive e reina no paraíso das infernais distâncias.
Bem perto da aprovação e da contenda,
Próximo do beijo e da agressão,
lugar que abrange o mais e o menos,
a audácia e a fraqueza, o fraterno e a vileza.
Lugar do sonho, do desejo, da morte,
da vida entregue ao vulto de um futuro incerto.



O que nos diz o amor
está no tempo que perdeu o relógio.
Longe das regras que só sabem mentir,
Distante do veto e do orgulho.
Mais forte que os “nós”, intenso como o invisível!
O que nos diz ainda é pouco,
atos pueris ou grandes decisões
sejam  
Força tão essencial quanto a escuridão e a luz!
O amor não diz apenas:
convoca a algo mais do que a própria vida,
do que a vida própria.

H.S.B.

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